[Ponte Para Terabítia] Convincente como o sorriso de uma criança…

O que poderia ser mais um filme de sonhos e magia surpreende e emociona. Ponte Para Terabítia, na verdade, é indicado para adultos (novos e antigos) que perderam a sintonia com a inocência e a capacidade de abstração que nossa mente pode proporcionar. É indicado para todos aqueles que esquecem como devem tratar suas crianças e para todos aqueles que não valorizam o que têm, ao ver pessoas pobres que se animam com o pouco que as acomete.

Os efeitos especiais de sobreposição e utilização de luzes convencem os mais céticos quanto à técnica do filme e, ainda que não perfeitamente, as animações computadoriza- das e os cromas que sugerem velocidade apresentam boa qualidade visual. A fotografia do longa acaba por manter o clima do filme intacta, com jogo de câmera suave e linear, induzindo a audiência a seguir o ritmo dos personagens. Por fim, a trilha sonora, que determina a simbologia do filme e o compasso dos acontecimentos mostrados.

Ponte Para Terabítia não é um filme para crianças, mas para antigas crianças, aquelas que esqueceram o quanto a dor é enorme e extremamente passageira e que tintas num papel formam um novo mundo, não mais um desenho. A obra do estreante diretor Gabor Csupo é simbólico, lança alertas sobre a velha frase “arrepender-se do que não se fez” e se consagra como o “Meu Primeiro Amor” do novo século.

“Você tem irmã mais nova?”

“Não. Só eu”

“E você tem Barbies?”

“É. Algumas”

“Eu tenho uma Barbie e meia!”

“Como assim?”

“A outra não passou no teste de qualidade, você sabe, ser jogada na privada, puxada para todos os lados, atirada pela janela… Coisas assim…”