sábado, 22 de setembro de 2007

A hora do troco do “livreiro de Cabul”

Na entrevista que deu ao Globo sobre seu Best – Seller o “O livreiro de Cabul” ano passado, a norueguesa Asne Seierstad admitiu ter se entregado às armadilha do etnocentrismo. “Sultan diz que eu o retratei como um tirano: o choque cultural que houve desde o inicio se matem até hoje”, disse ela. Pois Shad Muhammaad Rais, verdadeiro nome de livreiro afegão que a hospedou e que ela descreveu impiedosamente, deu em “Eu sou o livreiro de Cabul” a sua resposta. Impiedosa.

O livro dele, ao contrário do dela, ignora eventuais impossibilidades de comunicação entre as culturas. Rais se apropria de figuras mitológicas da Noruega, os trolls, para responder ao que considerou ultrajantes na obra de sua ex-hóspede. Ironia das ironias, são eles seus defensores. Se “Eu sou o livreiro de Cabul” não chega a constituir uma grande obra da literatura, é leitura indispensável para quem acompanhou a viagem da jornalista norueguesa que inaugurou este imbrólio.

O senhor Rais está processando Asne Seierstad, autora de “O livreiro de Cabul”, Shah Muhammad Rais diz ter advogados cuidando do assunto em Oslo, mas que acredita que levará alguns anos.
Rais diz que em muitas passagens do livro, ela não foi fiel à realidade, que ficou realmente muito longe dos fatos que testemunhou, ela inventou coisas a meu respeito e de minha família.
Ele diz que tanto ele quanto seus parentes tiveram educação e cultura e tiveram uma ficha corrida de combate ao fundamentalismo e ao pensamento estreito daqueles mulás do talibã.
Ainda diz que quase tudo é ofensivo e sobretudo muito pessoal.
Esta moça e seu livro são o quarto tsunami na minha vida.
Minha família está dividida por causa deste livro e, claro, perdemos o direito a uma vida feliz.
Rais não lamenta ter hopedado Asne Seierstad, de acordo com as tradições de hospitalidade de seu país.

Um comentário:

Th.R@ch disse...

Pô, legal, hein!! Agora quero ler os dois...
Bjsssssssssss